Egressa da UFSM publica artigo sobre violência obstétrica e ganha destaque em prêmio brasileiro de Antropologia

Arianne Lima

Egressa da UFSM publica artigo sobre violência obstétrica e ganha destaque em prêmio brasileiro de Antropologia
Com ações e estudos sobre a temática violência obstétrica, a professora e pesquisadora Bruna Fani Duarte Rocha, 29 anos, destacou-se na 33ª reunião da Associação Brasileira de Antropologia, que ocorreu virtualmente de 28 de agosto a 3 de setembro deste ano.

Egressa do mestrado no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciências Sociais e do curso de graduação em Letras, ambos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ela recebeu menção honrosa no Prêmio de Antropologia e Direitos Humanos com o artigo Parto, Memória e Resistência: o (re)conhecimento da dor e da violência obstétrica no cotidiano de mães enlutadas e ‘mães especiais‘.

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Pesquisa

O artigo é um dos capítulos de dissertação do mestrado de Bruna intitulado “Mães na luta contra violência obstétrica: a dor do parto transformada em movimento social” e que está disponível no site do repositório Ufsm. Segundo Bruna, as pesquisas foram realizadas entre 2018 e 2021, com a orientação da professora do PPG em Ciência Sociais, Monalisa Dias de Siqueira. Além de trechos de entrevistas e observações, o trabalho conta com citações de Maria Claudia Coelho, Claudia Rezende, Veena Das, entre outras autoras e autores que pesquisam sobre emoções e a relação do corpo com o meio social.

– Uma das minhas interlocutoras ficou em silêncio, mesmo sentindo que a dor não era “normal”, porque aprendeu que se ficasse em silêncio, seria atendida mais rápido. Porém, quando foi finalmente atendida, o filho já havia falecido há mais de 4 horas. São questões sensíveis como essa que o trabalho elucida, evidenciando as dinâmicas de poder no interior dos atendimentos nos hospitais – comenta Bruna.

Para a pesquisadora, o artigo ganha destaque, justamente, pela perspectiva dos direitos humanos, do direito à vida e à saúde, assim como dos direitos sexuais e reprodutivos:

– Acho que a relevância desse trabalho está em ampliar a voz dessas mulheres. É uma forma de dizer que essas vidas existem e importam. Se a gente pensar na vida das crianças (ou na morte), tem um debate – além das mulheres – sobre a proteção delas, como vidas que também importam. Dezenas de mulheres criam seus filhos com paralisia cerebral em Santa Maria, seja em decorrência do parto ou não, e muitas saem de cena, porque simplesmente não cabem no mercado de trabalho, na vida social como um todo.

Futuro

Após um longo período de estudos em Santa Maria, Bruna mudou-se para Santa Catarina, onde realiza o doutorado em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A professora afirma que novas pesquisas sobre violência obstétrica devem ser desenvolvidas em breve:– Minha intenção é desenvolver uma pesquisa pela perspectiva da Antropologia Feminista. Ainda estou delineando o tema, mas por agora quero observar movimentos contra violência obstétrica fora do Brasil. Tenho o sonho de desenvolver uma carreira científica internacional e ajudar a fortalecer esse campo.

Bruna Fani Duarte Rocha é egressa do mestrado no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciências Sociais e do curso de graduação em Letras, ambos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).Atualmente, reside em Santa Catarina, onde realiza o doutorado em Antropologia Social na UFSC

Arianne Lima – [email protected]

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